O presidente em exercício do Tribunal de Justiça Desportiva, Vítor Freitas Andrade Vieira, assinou um despacho intimando o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, a suspender a homologação do resultado do jogo Salgueiro 0x1 Sport, no último dia 28 de junho. Com esse resultado, o Leão conquistou o Campeonato Pernambucano de 2017. A ação no TJD foi impetrada pelo goleiro do Carcará, Luciano. O Sport não se pronunciou porque ainda não foi notificado.
No documento, o presidente diz: “Não homologue o resultado da parida impugnada até a decisão final ou, caso já homologado, suspenda-o, nos termos da exegese do art. 84, parágrafo 3º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.”
Mais à frente ele pede que o Sport seja intimado para, em até dois dias, apresentar manifestação. Após esse prazo, contam-se mais dois dias para dar vistas à Procuradoria do Tribunal com outros dois dias para manifestação. Terminado esse último período, o caso vai a julgamento no Pleno do Tribunal.
Sobre a jurisprudência para o goleiro sertanejo ter sucesso em sua empreitada, Evandro explicou que não há precedente de anulação de jogo de futebol por erro de arbitragem sequer com erro reconhecido. “Não existe nenhum precedente nesse último século nem no anterior de anulação de jogo de futebol por erro de arbitragem, nem mesmo por erro reconhecido. Quanto mais por um suposto erro”, pontuou.
O mandatário da FPF lembrou que há uma divergência de opiniões se a bola saiu ou não na cobrança do escanteio que terminaria com o gol do Carcará marcado por Álvaro. “O assistente entendeu que a bola saiu e o árbitro e a equipe de arbitragem de vídeo também entenderam que sim. Por outro lado, existe uma avaliação de outros ex-árbitros e cronistas de que não saiu. São avaliações pessoais e técnicas”, disse.
Evandro exlicou que um título é conquistado em duas etapas: a primeira é no campo, já terminada. A outra é com a homologação do resultado, feita 30 dias após a decisão justamente para dar um prazo para alguma parte discordante se manifestar na Justiça Desportiva. “São duas etapas diferentes, só que uma ocorre após jogo (entrega da taça) e a outra 30 dias depois. Em todo lugar do Brasil é assim”.
Mesmo com o resultado ainda aguardando julgamento, a FPF não vai pedir ao Sport a devolução da taça. Segundo o dirigente, o troféu entregue aos rubro-negros simboliza a vitória dentro de campo. “Não tem para quê a taça voltar para a FPF”, arrematou.
O CASO
Aos 24 minutos do segundo tempo da partida, que estava empatada em 0x0, Daniel bateu escanteio do lado esquerdo. Antes de a bola chegar na área, o assistente Emerson Carvalho acusou que ela fez a curva por fora antes de chegar, sendo atendido pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio. Na sequência, Álvaro empurrou para o gol. Após cinco minutos de consulta ao árbitro de vídeo, Péricles Bassols, Sampaio confirmou a marcação de seu auxiliar e mandou Magrão cobrar tiro de meta.
Dez minutos depois, Everton Felipe fez 1×0 para o Sport, resultado que perdurou até o fim, dando o título ao clube vermelho e preto. No último dia 3, o goleiro do Salgueiro, Luciano, entrou com uma ação no Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco solicitando anulação do jogo sob alegação de que o assistente estava mal posicionado.


